O Governo não vai responder a pressões para se posicionar sobre o apoio ou condenação das partes envolvidas na guerra na Ucrânia. Quem o diz é a ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo, que argumenta que o mais importante é o diálogo para o alcance da paz entre as partes.
Moçambique faz parte dos 35 países que se abstiveram de condenar a invasão russa à Ucrânia, dos 193 Estados-membros da Nações Unidas.
Perante a neutralidade do país, o embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) em Moçambique, Peter Handrick Vrooman, defendeu apoio aos ucranianos, numa mensagem clara dirigida a Moçambique, lembrando que o nosso país sempre teve apoio dos EUA. Entretanto, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação diz que Moçambique já se posicionou e não há possível mudança.
“A nossa grande preocupação é que as partes se sentem para encontrar solução. Sabemos o quão complicada é uma guerra. Não queremos que esta guerra continue. Ainda que condenemos (uma das partes envolvidas), isso não vai resolver o problema. É preciso que as partes se sentem e usem o diálogo responsável para ultrapassar o problema”, diz Verónica Macamo, para depois acrescentar que a “pressão vai existir sempre para estar num sentido ou noutro, mas não é o mais importante”.
Não é importante, o importante neste momento é garantir que o país continue a ter boas relações com todos, defende a governante.
“Nós temos relações com todos os países e pensamos que, nesse bom relacionamento, devemos unir esforços para aconselhar as partes desavindas para ultrapassar o problema”.
Verónica Macamo falou, também, da situação dos moçambicanos no Malawi, que fugiram do país de origem devido ao impacto da tempestade tropical Ana nas províncias de Zambézia e Tete, garantindo que as diligências continuam para o regresso das vítimas.
Verónica Macamo falava à margem da cerimónia de atribuição de título de Honoris Causa ao falecido Siegfried Anton Lingel. – (O País)