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ACADEMICO JAMISSE TAIMO

“O país levará à ONU a ideia de que o diálogo supera o poder das armas” – defende Jamisse Taimo

O académico Jamisse Taimo defende que Moçambique vai levar ao nível mais alto das Nações Unidas a ideia de que não existe no mundo o poder das armas que possa ser superior ao poder da conversa, do diálogo, que consiste em as partes em conflito sentarem juntas e criarem confiança mútua para um mundo equilibrado.

Taimo reagia assim ao desafio que o país assumiu de se candidatar a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cujas eleições serão a 9 de Junho, em Assembleia-Geral do organismo a decorrer na sua sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.

Outro aspecto apontado por Taimo que Moçambique leva é a ideia de que os países chamados periféricos, do terceiro mundo, também têm uma palavra a dizer sobre a ordem mundial.

“Têm uma palavra a dizer. Podem não ter fábricas de armamento, podem não ter fábricas de grandes ogivas, mas têm a grande fábrica de seres humanos que acreditam no outro e na possibilidade de um mundo de paz, um mundo justo e equilibrado”, refere.

Mas também acredita que o país vai levar a longa experiência que construiu ao longo dos anos na gestão de conflitos internos e externos.

“Somos um país novo, mas temos uma experiência rica. O mundo devia parar, estudar e perceber este fenómeno moçambicano, este fenómeno de, ciclicamente, mesmo com guerra e tudo, procurarmos sempre formas de resolver tudo com o diálogo”, afirma, vincando que a voz de Moçambique vai ser ampliada por fazer parte deste órgão que considera tão importante na vida das nações.

Tal experiência, explica, Moçambique acumulou com a sua participação, por exemplo, na libertação da África Austral (África do Sul, Zimbabwe e Namíbia) e na pacificação e estabilização de outros países do continente, como o estabelecimento do Governo ugandês. Quanto a este último, lembra que o respectivo Presidente, Yoweri Museveni, e outros membros do Governo foram treinados em Moçambique para a libertação daquele país do leste de África.

“Mas o mais recente é a questão do Madagáscar, que estava a criar desestabilização na região. Essas experiências todas trazem consigo um denominador comum que é a procura da paz e de Moçambique acreditar que com a concórdia, o diálogo, é possível lograr um mundo tranquilo”, sustenta.

E Taimo usou a realidade internacional actual como lupa para avaliar a candidatura de Moçambique, apegando-se, fundamentalmente, ao conflito russo-ucraniano.

 “Hoje, o mundo fala de guerra na Ucrânia. Esqueceu-se das guerras em África, esqueceu-se dos problemas na América Latina, esqueceu-se dos problemas na Ásia. Eu acho que a presença de Moçambique pode ajudar a que a preocupação com os problemas de segurança internacional seja equilibrada, pois não existe um país que tem maior relevância que outro. Todos ocupam uma dimensão geoestratégica na região onde se encontram”, esclarece. Além de ganhos para o mundo, o também teólogo acredita que Moçambique vai sair a ganhar com a sua presença no Conselho de Segurança da ONU, como é o caso de ter maior visibilidade no cenário internacional.

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