Moçambique foi eleito esta quinta-feira, dia 9 de Junho, membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o período 2023-2024. A escolha, com 192 votos, ou seja, todos os presentes na Assembleia-geral com direito a voto, confirmou o favoritismo que havia desde o lançamento da campanha de candidatura, em Setembro do ano passado.
É uma candidatura que desde logo foi endossada pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), União Africana (UA) e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Depois que se tornou candidato único do continente africano, os apoios vieram de numerosos países do Médio Oriente, Ásia e Pacífico, Américas e Europa.
Em declarações à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, Estados Unidos, após o acto eleitoral, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, visivelmente satisfeita, tal como toda a delegação moçambicana, disse que a escolha demonstra de forma inequívoca o prestígio e a credibilidade do nosso país na comunidade internacional, mas também é resultado da visão e liderança do Presidente da República, Filipe Nyusi, que, como timoneiro da diplomacia moçambicana, orientou a oportuna tomada de decisão sobre a candidatura e todas as acções subsequentes até à votação.
Verónica Macamo disse ainda que Moçambique foi escolhido por causa dos objectivos e prioridades que concebeu como contribuição para o órgão nas Nações Unidas que zela pela paz e segurança internacional.
“O Governo moçambicano definiu como objectivo fundamental da sua filiação ao Conselho de Segurança contribuir no esforço comum e global para a promoção, construção e manutenção da paz e segurança”, lembrou.
Assim, entre outras prioridades, o país vai procurar reforçar o multilateralismo e privilegiar o diálogo permanente e a resolução pacífica de conflitos para o alcance da paz duradoira e sustentável; contribuir no combate às ameaças de segurança, incluindo terrorismo, o extremismo violento, a pirataria marítima, o tráfico de drogas e seres humanos; bem como fortalecer a resposta global aos efeitos das mudanças climáticas.
Macamo agradeceu a todos os países que votaram em Moçambique e prometeu que este vai procurar corresponder as expectativas da comunidade internacional, mesmo reconhecendo que as responsabilidades no concerto entre nações estão acrescidas.
Refira-se que os outros candidatos a membros não permanentes, nomeadamente o Japão, com 184 votos, em representação Grupo da Ásia e Pacífico; Equador (190), pela América Latina e Caribe; Malta (185) e Suíça (187), pelo Grupo da Europa Ocidental, também foram eleitos. Destes, apenas Moçambique e Suíça é que vão entrar no Conselho de Segurança da ONU pela primeira vez, no dia 1 de Janeiro de 2023.