O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz que a confiança e o respeito mútuos têm sido a base para a manutenção de paz e reconciliação nacional no país, agenda que ele colocou como principal prioridade desde que assumiu a governação em 2015.
Num processo conduzido por moçambicanos, porque conhecem melhor a sua realidade, com acompanhamento dos parceiros, Nyusi diz que nas negociações directas iniciadas com o antigo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e continuadas por Ossufo Momade, actual líder do partido, a confiança criou ambiente para reduzir a lista de exigência para dois aspectos, nomeadamente a descentralização e questões militares.
Também decorrente da confiança, refere Nyusi, muitos aspectos do Acordo de Paz de Maputo, assinado em 2019, começaram a ser implementados antes do entendimento. É o caso de cessação de hostilidades militares (trégua).
O Presidente da República partilhou esta experiência na Reunião da Comissão sobre a Construção da Paz a Nível de Embaixadores, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, no quadro da presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU que Moçambique deteve em Março.
“A emenda da lei aumentou a confiança e levou à assinatura do Acordo de Maputo”, revela, destacando ainda o papel da comunicação, que evitou ruídos e permitiu a apropriação e consolidação dos ganhos deste processo que inclui o desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR) dos guerrilheiros da Renamo, também com estruturas dirigidas por moçambicanos.
Sobre o combate ao terrorismo, o Chefe de Estado partilhou que a estratégia moçambicana conjuga a cooperação multilateral (SADC/SAMIM) e bilateral (Ruanda).
“Isso demonstra que, trabalhando juntos, os países africanos podem encontrar soluções para os seus problemas. Isso não dispensa, porém, outros mecanismos de cooperação”, que poderão ajudar a disponibilizar recursos financeiros para todas as operações, incluindo a reconstrução.
Nyusi reconheceu, porém, que a construção da paz é permanente e não existe processo perfeito.
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