O Presidente da República, Filipe Nyusi, dirigiu de 28 a 30 de Março debates de alto nível no Conselho de Segurança da ONU, no quadro da presidência rotativa do órgão por Moçambique em Março. São eventos que contaram com a participação de vários convidados, entre os quais o secretário-geral da ONU, António Guterres; o Presidente da União Africana, Azali Assoumani; chefes de Estado, ministros e outros dignitários.
Nesses encontros, Nyusi partilhou a experiência der Moçambique na construção da paz, defendeu abordagens (regionais) para a resposta ao terrorismo e deixou apelos para a redução da vulnerabilidade dos Estados mais pobres.
O representante permanente de Moçambique nas Nações Unidas, Pedro Comissário, diz que todas as ideias foram acolhidas pela comunidade internacional, até porque algumas até constam da Carta das Nações Unidas, como a abordagem regional para o combate ao terrorismo.
“O que fez diferença é que o Presidente da República mostrou exemplos concretos e que a abordagem regional em Moçambique tem sido útil, e que por isso se devia generalizar no continente africano”, defende.
Sobre o apelo para a reestruturação da dívida, o diplomata diz que esta abordagem trazida pelo Presidente moçambicano também foi bem acolhida porque se estabeleceu o nexo entre o endividamento e a fragilização da função do Estado.
“Um estado fragilizado torna-se alvo de todo o tipo de ameaça, em particular das ameaças terroristas, que estão a corroer o tecido de África e do mundo. Os relatórios que temos lidos apontam que o terrorismo está a ganhar terreno em África, Uma das razões é que os nossos estados estão ainda em construção, em consolidação, por isso enfrentam vários desafios. É uma abordagem nova, sobretudo pela clarificação que traz da dinâmica e correlação”.